
"... havia lido em algum lugar que as palavras eram conchas de clamores antigos. Eu queria ir atrás dos clamores antigos que estariam guardados dentro das palavras." _Trecho de “Escova”, de Manoel de Barros.
Quem escuta está atento aos mistérios contidos no dizer. Essa tarefa é um ofício dos que buscam ouvir o que na história de cada um remonta às causas de seu existir, que é particular, único, próprio. O espaço Copa nasce de um compromisso atravessado pela psicanálise, que se orienta num tratamento pela via do desejo, denúncia do inconsciente no sujeito. Propomos, a quem estiver disposto, a oferta de um local de escuta daquilo que é mais singular: a existência, com seus sofrimentos e prazeres. Quem fala, também ouve. Ouve e sente no corpo ecos pulsantes que outorgam direitos ao que lhes é alheio, estranho, dolor. Ouvir é um trabalho a dois, movido pelo desejo de saber, que põe em circulação as forças da vida, vertendo "clamores antigos" em escrita própria.